Nos dias atuais vivemos imersos em um cotidiano tecnológico que poderia ser considerado alienígena algumas décadas atrás: aparelhos pequenos que cabem no bolso com acesso constante e imediato a informação, vídeos e fotografias em alta definição, música em alta qualidade reproduzida sem fio, trabalho remoto com teleconferências, localização precisa em tempo real, entre tantas outras conveniências que se tornaram comuns e corriqueiras.
Com tudo isso, pode parecer difícil tentar imaginar os próximos dez anos de avanço tecnológico e encontrar alguma tecnologia que ainda possa nos surpreender – mas de acordo com especialistas, a realidade aumentada (AR) promete não somente melhorar o cotidiano que já conhecemos, mas introduzir ainda uma nova relação com a tecnologia, e estamos nos aproximando dessa realidade cada vez mais rápido. Confira.
O que é Realidade Aumentada?
O conjunto de tecnologias que criam a realidade aumentada não é necessariamente novo: a ideia é mesclar aspectos do mundo real com o mundo digital, permitindo que imagens digitais sejam sobrepostas às reais de forma simultânea. Diferentemente da realidade virtual, que envolve o uso de óculos e capacetes que transportam o usuário para o mundo digital de forma completamente imersiva, a realidade aumentada mantém a imagem e ambiente reais, mas é capaz de adicionar objetos ou informações adicionais ao campo de visão.
Uma das grandes vantagens dessa tecnologia é sua capacidade de interagir com outras tecnologias já habituais para criar experiências mais eficientes ou satisfatórias: sua interação com os códigos QR, tecnologia comum, barata e relativamente segura como mostra a ExpressVPN, permitiu que consoles de videogame como o Nintendo 3DS e PlayStation Vita criassem jogos que interagem com o mundo real do jogador, enquanto lojas de móveis e roupas são capazes de permitir que usando a câmera do smartphone o consumidor veja, em tamanho real, como um determinado objeto apareceria em sua sala de estar ou quarto, ou até mesmo uma cor diferente de cabelo ou óculos em seu próprio rosto.
Outra experiência coletiva extremamente bem-sucedida com o uso da realidade aumentada foi o jogo Pokémon Go, fenômeno viral de 2018, que permitia que jogadores andassem no mundo real para encontrar e capturar Pokémons virtuais – com auxílio da AR, era possível visualizar o monstrinho no chão usando a câmera do celular e, posteriormente, até interagir de forma mais direta com a criatura.
Futuro da AR
Apesar de inúmeros exemplos de sua aplicação, a realidade aumentada ainda não penetrou no cotidiano dos consumidores de forma tão abrangente quanto outras tecnologias, apesar de seu grande potencial. A explicação, segundo especialistas do setor, é a barreira criada pela necessidade de visualizar a realidade aumentada através da câmera e tela de um celular ou tablet – gerando inconveniências e pouca imersão.
A promessa, no entanto, é que as tecnologias vestíveis como óculos inteligentes e os avanços em telas eletrônicas completamente transparentes mudem por completo este cenário. Experimentos da Google e Microsoft com óculos inteligentes já estão em uso mundialmente – é possível, por exemplo, treinar um trabalhador para arrumar um defeito em uma máquina em uma linha de montagem usando um óculos de realidade aumentada, e muitos executivos no Vale do Silício estão usando os óculos de RA para realizar apresentações sem esquecer o texto de seus slides, acompanhar o trabalho remoto de empregados, e até gravar fotos e vídeos do que estão observando.
A ideia é que o avanço das tecnologias de baterias e processamento móvel permitirão que óculos dessa categoria atinjam o público em massa, da mesma forma que os atuais smartphones. Os usos são diversos: é possível ser notificado de novas mensagens de forma discreta, receber orientação de GPS ao dirigir ou caminhar diretamente na própria rua, acompanhar notícias, fotos e programação de vídeo sem precisar de uma tela, visualizar produtos em tempo real incluindo preço e tamanho, e até mesmo criar interações em ambientes virtuais para romances à distância.
Rumores vazados por leakers aqueceram a ideia de que a realidade virtual está próxima: a gigante americana Apple, responsável por popularizar dispositivos como os smartphones, aparenta estar há anos desenvolvendo seu próprio óculos de realidade aumentada para comercialização em massa – o principal destaque do produto seria sua aparência de óculos tradicionais, com muitas opções de personalização. Informações encontradas em arquivos esquecidos no iOS, sistema operacional dos aparelhos da empresa, confirmam que a Maçã está trabalhando em diversas interações digitais imersivas para o produto.
Agora nos resta aguardar a chegada de óculos de realidade aumentada disponíveis para consumidores comuns, iniciando uma nova era em nossa interação com a tecnologia tanto no cotidiano como no trabalho.