Ao receber alta do hospital, os bebês prematuros demandam atenção especial ao chegarem em casa. Saiba como adaptá-la para recebê-los com conforto e segurança
O nascimento do filho costuma ser um momento muito aguardado pelos pais. Geralmente, a preparação para esse momento começa muito antes, ao comprar roupas, carrinhos, berços e com a arrumação do quartinho, incluindo as decorações e papel de parede para bebê.
Por outro lado, a chegada antecipada do neném pode trazer a sensação de insegurança e despreparo aos pais. Além da preocupação com a saúde do recém-nascido, é comum surgir dúvidas sobre como preparar a casa para receber um novo membro, sobretudo, tão frágil.
No Brasil, a estimativa é de que a cada 10 minutos, ocorra o nascimento de seis bebês prematuros. O país está na 10ª colocação no ranking mundial de partos prematuros, segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Os recém-nascidos prematuros nascem antes de 37 semanas de gravidez, sendo a idade gestacional considerada normal pelos profissionais da saúde entre 40 semanas, assim a formação do feto não está totalmente completa.
Por conta disso, os pré-termos podem apresentar baixo peso e ter dificuldade para respirar, se alimentar e manter a temperatura corporal. A internação na unidade de terapia intensiva neonatal é um procedimento necessário para que o bebê possa receber suporte e ganhar peso.
O tempo de recuperação pode variar de acordo com o grau de prematuridade, definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Com menos de 28 semanas de gestação, o neném é considerado extremamente prematuro, de 28 a 32 semanas a classificação é de muito prematuro e de 32 a 37 semanas o estágio é apontado como moderado.
Mesmo quando os recém-nascidos prematuros recebem alta, o acompanhamento ambulatorial é recomendado, afinal o crescimento e o desenvolvimento deles serão diferentes. Nesse caso, os pais precisam se adaptar a uma nova rotina, seguir todas as orientações médicas, levar constantemente o bebê para consultas e se atentar aos cuidados especiais.
Deixe o quarto aconchegante
Normalmente, devido à pele muito fina e o baixo peso dos bebês prematuros, eles não conseguem manter a temperatura corporal. Nas UTI Neonatais, a incubadora consegue deixá-los aquecidos. Além disso, elas apresentam baixa luminosidade, são umidificadas e quase sem ruídos, assemelhando-se ao útero materno.
Quando o recém-nascido prematuro chega em casa, é recomendado se aproximar ao máximo do conforto e cuidado que ele recebe no hospital. Para simular o aquecimento da incubadora, o ideal é ter mantas ou cobertas no berço para o bebê.
Evitar que o neném durma de barriga para baixo e buscar deixar o ambiente o mais calmo possível são outras recomendações para que a noite de sono seja tranquila.
Mantenha a higienização
Geralmente, os pré-termos são mais sensíveis e apresentam uma vulnerabilidade maior a certos problemas de saúde. Manter o local esterilizado pode evitar infecções, alergias e o aparecimento de outras doenças.
Ao receber visitas, recomenda-se que todos lavem as mãos com água e sabão ou façam a higiene com álcool 70% antes de entrar em contato com o recém-nascido.
Adquira equipamentos específicos para auxiliar nos cuidados
Na prematuridade, algumas necessidades de proteção podem ser mais específicas e o protocolo de assistência costuma ser maior. Para garantir o bem-estar do bebê, é aconselhado priorizar determinados itens.
Entre eles, o uso de sabonetes neutros para o banho, termômetro para verificar regularmente a temperatura corporal do recém-nascido e as mamadeiras com bicos adequados para bebês prematuros, sendo indicado aquelas com fluxo mais lento para evitar engasgos.
Quando é hora de sair com o bebê prematuro?
Esse é um receio comum que passa na cabeça dos pais de um bebê prematuro. Depois do tempo de internação na UTI e os cuidados intensivos em casa, nem sempre é fácil avaliar quando o bebê está apto para sair para ambientes externos.
Fora de casa, o ritmo é mais acelerado, os barulhos mais altos e as chances de contaminação de vírus e bactérias podem ser maiores. No entanto, os profissionais da saúde alertam que esse é um risco que em algum momento será preciso correr.
Apesar de não haver um consenso sobre o período ideal para estimular a saída com o bebê, os médicos costumam recomendar que o processo se inicie de forma gradual, com passeios por lugares próximos, como parques ou casas de parentes.