Direitos que toda Gestante tem Segundo a CLT

5 Direitos que toda Gestante tem Segundo a CLT

No cenário atual, onde a busca por igualdade e inclusão se tornou primordial, é fundamental que todos estejam cientes de seus direitos, especialmente quando se trata de situações tão singulares quanto a gestação. Ser gestante é viver um período repleto de transformações e desafios, tanto físicos quanto emocionais. E no mundo do trabalho, é essencial que haja respaldo legal para garantir o bem-estar e a segurança daqueles que estão esperando um bebê. A legislação brasileira, consciente dessa responsabilidade, oferece uma série de direitos destinados a proteger e apoiar pessoas gestantes durante essa fase tão especial. Conhecer esses direitos é o primeiro passo para assegurá-los. Vamos explorar cinco desses benefícios legais que toda gestante tem garantidos por lei.

A gestação é um período de intensas transformações, repleto de emoções e expectativas, mas também de desafios e vulnerabilidades. Nesse momento tão singular da vida, garantir a segurança, bem-estar e tranquilidade da pessoa gestante é fundamental, tanto para a saúde dela quanto para a do bebê. A sociedade, reconhecendo a magnitude e importância desse período, desenvolveu ao longo do tempo direitos específicos para assegurar a proteção e a dignidade das pessoas gestantes no ambiente de trabalho. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) está no cerne dessas garantias, estabelecendo um conjunto de benefícios que visam a preservação da saúde, estabilidade financeira e integridade daqueles que estão nessa fase da vida. Neste artigo, exploraremos 5 desses direitos essenciais garantidos pela CLT às pessoas gestantes.

  1. Estabilidade Provisória

A estabilidade no emprego é um dos direitos mais significativos assegurados às gestantes. A partir do momento em que a gravidez é confirmada, essa proteção legal entra em vigor, garantindo que a pessoa gestante tenha segurança e tranquilidade durante esse período crucial de sua vida. Esta estabilidade se estende até cinco meses após o nascimento do bebê.

Isso significa que, salvo em casos de demissão por justa causa, a gestante tem a garantia de que manterá seu emprego, permitindo que ela se prepare para a chegada do novo membro da família sem a preocupação adicional de perder sua fonte de renda. Esse direito reflete a compreensão da sociedade sobre a importância de prover um ambiente estável e seguro para quem está prestes a se tornar mãe ou pai, permitindo que o foco esteja voltado à saúde e bem-estar da criança e da pessoa gestante.

  1. Licença-Maternidade

Um dos benefícios mais conhecidos e essenciais para as pessoas gestantes é a licença-maternidade. Trata-se de um período de afastamento remunerado do trabalho, garantindo que a pessoa possa se dedicar integralmente aos cuidados com o recém-nascido e também à sua própria recuperação pós-parto. Pela legislação brasileira, são assegurados 120 dias de licença, durante os quais a pessoa gestante mantém seu salário e demais benefícios intactos.

O advogado trabalhista Felipe Tenório, da Tenório e Araújo Advocacia Trabalhista, destaca que “a licença-maternidade é um direito fundamental que contribui não apenas para o bem-estar da mãe e do bebê, mas também para o fortalecimento do vínculo familiar. Assegurar esse direito é essencial para a promoção da saúde e da qualidade de vida das famílias brasileiras.”

O compromisso do Brasil com a saúde materno-infantil não para por aí. Para empresas que fazem parte do Programa Empresa Cidadã, a licença-maternidade pode ser estendida para 180 dias. Este programa, instituído pelo governo, incentiva empresas a adotarem práticas que promovam o bem-estar e a saúde da mãe e do bebê, reconhecendo a importância de um tempo maior de convívio e cuidados nesse início de vida.

É fundamental que as pessoas gestantes estejam cientes deste direito e saibam como solicitá-lo em seus respectivos locais de trabalho. A licença-maternidade não apenas protege a saúde da pessoa gestante e do bebê, mas também solidifica o laço afetivo entre eles, propiciando um começo de vida mais tranquilo e seguro.

  1. Garantia de Função

Um dos momentos mais desafiadores após o período de licença-maternidade pode ser o retorno ao ambiente de trabalho. Adaptar-se à rotina, conciliar responsabilidades profissionais com as novas demandas familiares e lidar com possíveis mudanças no local de trabalho podem gerar inseguranças. No entanto, a CLT garante que as pessoas gestantes tenham uma transição mais suave e justa nesse retorno.

A Garantia de Função assegura que, após o período de licença-maternidade, a pessoa gestante seja reintegrada à mesma função que ocupava antes de se afastar. Essa medida visa proteger o direito da pessoa gestante contra possíveis discriminações ou prejuízos em sua trajetória profissional em decorrência da gravidez e do período de licença.

Essa garantia proporciona estabilidade e confiança, assegurando que a pessoa gestante não será prejudicada em sua carreira ou posição na empresa por exercer um direito fundamental. É essencial que as pessoas gestantes estejam cientes dessa proteção e a reivindiquem, se necessário, garantindo assim sua justa posição no ambiente de trabalho após esse período tão significativo e transformador.

  1. Dispensa para Consultas Médicas

Acompanhar de perto a evolução da gravidez é essencial tanto para a saúde da gestante quanto para a do bebê. Durante esse período, diversas consultas médicas e exames complementares são necessários para monitorar o desenvolvimento fetal, detectar possíveis complicações e garantir um pré-natal seguro e eficiente.

Reconhecendo a relevância dessas consultas e a necessidade de proteger o bem-estar da gestante e do feto, a CLT assegura o direito a, no mínimo, seis dispensas médicas. Essas dispensas permitem que a pessoa gestante se ausente do trabalho sem descontos em seu salário para atender às consultas e exames essenciais ao acompanhamento adequado da gravidez.

Esse direito visa garantir que a gestante possa cumprir todas as etapas do pré-natal, priorizando sua saúde e a do bebê, sem temer represálias ou impactos em sua remuneração. Em uma sociedade que valoriza o cuidado e a saúde, é fundamental que cada gestante esteja ciente deste benefício e o utilize plenamente, assegurando a tranquilidade e a segurança necessárias durante esse período tão especial.

  1. Dispensa do Horário de Trabalho

A amamentação é um ato natural e essencial para o desenvolvimento saudável do bebê, fornecendo os nutrientes e anticorpos necessários para seu crescimento e proteção. Além dos benefícios nutricionais e de saúde, a amamentação fortalece o vínculo entre a mãe e o bebê, sendo um momento de carinho, conforto e conexão.

Entendendo a relevância deste período, a CLT garante o direito a duas pausas especiais, de meia hora cada, durante a jornada de trabalho, para que a mãe possa amamentar seu filho até que ele complete seis meses de idade. Estas pausas têm o propósito de assegurar que o ato de amamentar não seja comprometido pela rotina de trabalho e que mãe e bebê tenham esse momento protegido.

Esse direito reafirma a preocupação e o reconhecimento da sociedade sobre a importância da amamentação, proporcionando às mães a flexibilidade necessária no ambiente de trabalho para cuidar de seus filhos. Cada momento de amamentação é precioso, e a legislação trabalhista apoia e resguarda esse direito, incentivando a continuidade da amamentação e promovendo o bem-estar de mães e bebês.

Conclusão

A maternidade é um período marcante e repleto de transformações na vida de uma pessoa. E é fundamental que a legislação trabalhista esteja alinhada com as necessidades e direitos das gestantes, garantindo que possam vivenciar este momento de forma plena e protegida. Cada direito listado aqui não só demonstra o compromisso legal com as gestantes, mas também reforça a importância de se criar um ambiente de trabalho justo e inclusivo.

Se você está grávida ou planeja estar em breve, esteja ciente dos seus direitos e assegure-se de que eles sejam respeitados. E, em caso de dúvidas ou se sentir que seus direitos estão sendo violados, não hesite: procure orientação de um advogado especialista em direito trabalhista. Defender seus direitos é também cuidar do futuro e do bem-estar de seu bebê.