Fertilização in vitro

Fertilização in vitro é sinônimo de gêmeos?

Um dos principais receios de casais que recorrem à fertilização in vitro refere-se às chances de ter gêmeos. De fato, a recorrência da gravidez gemelar é maior em pacientes que realizam tratamentos de reprodução humana, mas não se trata de uma regra.

Atualmente, as diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM) e também as técnicas de reprodução humana têm caminhado no sentido de reduzir as chances de gestação de gêmeos nos tratamentos de fertilização in vitro. Saiba mais a seguir!

Qual a probabilidade de ter um casal de gêmeos na FIV?

Na concepção natural, considerando a população em geral, as chances de uma gravidez de gêmeos é de 12%, no entanto, nos tratamentos de fertilização in vitro, as chances de gêmeos variam entre 20 e 30% dos casos.

No caso do tratamento de FIV com transferência de dois embriões euploides (cromossomicamente normais) as chances de ter gêmeos sobe para 50%.

O que ocorre é que no tratamento de FIV os gametas masculino e feminino são fecundados em laboratório e espera-se até a fase de blastocisto para transferência ao útero (cerca de 6 dias após a fecundação). A quantidade de embriões transferidos influência diretamente nas chances de gravidez gemelar.

Para tentar reduzir esse tipo de gestação, o CFM publicou a resolução n°2168/2017 na qual determina a quantidade de embriões de pode ser transferido em cada caso:

  • mulheres até 35 anos: até dois embriões;
  • mulheres entre 36 e 39 anos: até três embriões;
  • mulheres com 40 anos ou mais: até quatro embriões.

Um aspecto importante é que o limite para transferência de embriões refere-se à idade da mulher no momento da coleta do óvulo.

Por exemplo, uma mulher de 40 anos que está fazendo um tratamento de FIV com óvulos próprios que foram coletados quando ela tinha 33 anos poderá transferir até 2 embriões no tratamento de reprodução humana.

Por que os tratamentos buscam reduzir as chances de gravidez gemelar?

Muitas pessoas questionam o porquê de a gravidez gemelar ser evitada por médicos e também por entidades especializadas, como o CFM. O motivo é que a gestação múltipla é mais arriscada para as mamães e bebês.

O pré-natal e acompanhamento da gestante no caso de gêmeos devem ser ainda mais próximos e cautelosos, pois as chances de complicações são maiores e há a necessidade de mais cuidados, como ultrassonografias, exames de sangue e urina ao longo da gestação.

Estima-se que o índice de diabetes e hipertensão gestacional é entre duas e três vezes mais comuns no caso de gravidez gemelar. Também são mais recorrentes os problemas renais, inchaços e cãibras.

Outro elemento preocupante é que o parto prematuro ocorre entre 50% e 60% dos casos. Portanto, os maiores riscos associados à gestante e bebês fazem com que a gravidez múltipla deva ter as chances reduzidas em tratamentos de reprodução humana.

Para reduzir as possibilidades de ter gêmeos no tratamento de fertilização in vitro é importante (e obrigatório) seguir as diretrizes do CFM quanto ao número de embriões transferidos e, em caso de biópsia embrionária demonstrando que o embrião é saudável optar pela transferência única.

Apesar dessas recomendações, apenas um médico especialista em reprodução humana poderá avaliar as particularidades do caso, fazendo a investigação da infertilidade do casal, recomendado o tratamento mais apropriado e o protocolo que une melhores chances de concepção com redução das chances de gravidez gemelar.